segunda-feira, novembro 27, 2006

Faster...Faster...

Para ouvir: Matchbox 20 "Bent"


-Podes ajudar-me?
-Claro, sem problemas!
Sorriu delicado, era sempre tão delicado! Foi pelo sorriso que me enredou, foi o sorriso que me despiu, foi o sorriso que me dispôs á vontade dele... Eu gostava do jeito timido com que se movia, gostava dos olhares disfarçados, dos toques inocentes que ganharam contornos mais vivos no dia em que deixamos em aberto, quase por brincadeira, que aliviariamos as tensões com gotas de suor, saliva e gemidos. A presença dele era demasiado forte para eu fingir que não sentia um frio vibrante subir-me ao pescoço e arrepiar-me a pele sempre que ele segurava a minha cintura com ambas as mãos. Quando um dia se aproximou em silêncio; senti o corpo dele colado nas minhas costas, afastou o meu cabelo e disse numa voz funda e grave:
-Quero-te!
Os lábios dele passaram na minha orelha quase sem lhe tocarem, senti a minha língua afogar-se e uma indolência tão subita que quase me custou abrir os olhos. Já tinhamos ironizado sobre isso, mas apesar de eu saber que a atracção que sentiamos era mais real do que alguma vez pudemos admitir, não esperava ouvir uma confissão tão imperativa da vontade dele. Eu podia ter lavado o rosto, deixado que o gelado da água a descer pelas minhas costas e pelo meu peito tivesse inibido a cobiça que aquela voz murmurada provocou em mim! Mas segui a minha carne; o meu corpo pedia-me o corpo dele. Envolvemo-nos em beijos febris e longos, nos lábios sugados o sangue parava de correr e atiçava-me mais a vontade de beber aquele sabor! As mãos moviam-se rápido por baixo da roupa a percorrer cada parte do corpo, a provocar sensações e a aguçar sentidos. Era um calor que saía do estômago e dilatava por todo o corpo, era o agarrar fogoso que marcava os cabelos nos dedos, era saliva, suor... era o salgado da pele a queimar a garganta; e as palmas das mãos a escorregar e a contorcerem-se em movimentos nervosos! Foi um arrepio que subiu desde as ancas até ao maxilar, para o anestesiar!
Depois ficou o abraço, o alívio, a culpa, o cansaço...
Diz o meu nome!
-Querida, vemo-nos amanha!!

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