segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Passos pesados

Para ouvir: Mafalda Veiga "Menino do Piano"
Seguia-te os passos mas tu não me ouvias! Fazia por calcar no exacto sitio onde, segundos antes, os teus pés tinham marcado a sua passagem e deixado ainda um calor que só com o meu amor sentia! Nunca serei capaz de explicar o que me fazia seguir-te, nem explicar porque o fazia de forma a que fosse tão intimo, nem mesmo consigo explicar ao meu real juizo porque tantas vezes parei de respirar para que o som do ar a passar pelos teus lábios me chegasse mais distintamente. Nesses momentos quase conseguia ouvir o meu coração bater, e com o sufoco quente da emoção sentia o seu movimento de vida na ponta da língua. Se te tivesse tocado naquele momento seria capaz de te agarrar, e de te convencer que todos os caminhos do mundo te trariam até mim, e que nunca nada faria tanto para ser certo como o destino que nos unia! Mas tu não me tocaste, nem paraste... estavas determinado em seguir o teu caminho... nem que do fundo dos meus pulmões saisse o grito que te levaria até aos ouvidos tudo o que calara com uma determinação dolorosa no fundo apertado do estômago... tu não me ouvirias, e muito menos estenderias a mão para me tocar, porque por muito que o quisesses, saberias que isso te levaria para longe daquilo que tinhas determinado para ti....aquilo que só para ti fazia lógica, mas que defendias com as presas afiadas e olhos de lince para nunca te tornares na presa do jogo que tinhas criado!
Mas o momento surgiu. Finalmente rodaste os calcanhares e viste-me! Fizeste por me ver. E foi com a demora em aparecer o sorriso que me dedicaste, que me apercebi que o que te prendia a mim era o mesmo que te afastava, e que assim nunca serias meu. Mas deixei que a minha sombra passasse para a luz, e tal como ela, desapareceu a distância que me escondia e afastava de ti.
Fiz por não olhar, por não reparar no brilho do anel que trazias no dedo. Era só um anel, era só um minério em circulo que te torneava o dedo, mas significava muito mais, era o símbolo que alguém te possuia de uma forma que nunca me estaria acessivel. Nunca saberei pôr em palavras(porque palavras dessas não as há) para conseguir explicar tudo o que se seguiu. Foi uma marcha interminável de momentos, tão curtos e eternos, tão doces e amargos, tão leves e intensos, com a dualidade do que sinto na pele das mãos e do que me foge dos olhos. As palavras de despedida nunca as consegui dizer, ficaram carregadas nas lágrimas que nunca chorei, mas que me queimaram os sonhos com o seu sal! Assim eternizei-te Meu!!
(To: M)

1 comentário:

Stand Up! disse...

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